O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (19) que é uma “grande mentira” que pessoas passem fome no Brasil. Segundo ele, não há nas ruas do país pessoas com “físico esquelético”.
A declaração foi dada durante café da manhã com jornalistas de veículos estrangeiros e foi transmitida por uma rede social do presidente.
Durante o café da manhã, Bolsonaro foi questionado por uma jornalista a respeito do aumento da pobreza e da fome no país, problema que teria sido apontado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Segundo o presidente, falar que pessoas passam fome no Brasil é “uma grande mentira” e um “discurso populista”.
Um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgado este ano indica que o Brasil tem menos de 2,5% da população em situação de desnutrição (o documento não detalha os índices abaixo de 2,5% para nenhum país) entre 2016 e 2018. A edição anterior do mesmo relatório, divulgado em 2018, estimava o número de pessoas desnutridas no Brasil em “menos de 5,2 milhões” no período 2015-2017.
“É um discurso populista [falar de fome no Brasil], tentando ganhar simpatia popular, nada mais além disso. O que nós temos que fazer, nós, Poder Executivo e Legislativo, em grande parte um depende do outro, é facilitar a vida do empreendedor, de quem quer produzir”, complementou.
Ele afirmou ainda que o solo do Brasil é “rico para praticamente qualquer plantio”, mas que as autoridades políticas não devem atrapalhar o nosso povo a crescer.
Bolsonaro também criticou a legislação ambiental brasileira, classificando-a de “psicose ambiental”.
“É só as autoridades políticas, nós do Legislativo e do Executivo, não atrapalharem o nosso povo, e essas franjas de miséria por si só acabam no Brasil, porque nosso solo é muito rico para tudo o que você possa imaginar”, disse o presidente.
‘Alguns passam fome’, disse mais tarde
Mais tarde, após evento do qual participou no Ministério da Cidadania pelo Dia do Futebol, Bolsonaro afirmou que o brasileiro “come mal” e que “alguns” passam fome.
Questionado por jornalistas se estava recuando da declaração, se irritou e ameaçou encerrar a entrevista. “Pelo amor de Deus, se for para entrar em detalhes, em filigrana, eu vou embora”, afirmou.
Em seguida, complementou:
“Não estou vendo nenhum magro aqui. Temos um problema alimentar no Brasil. Temos, não é culpa minha, vem de trás, estou tentando resolver. O que tira o homem e a mulher da miséria é o conhecimento, não são bolsas e programas assistencialistas. Temos que lutar nesse sentido”, declarou.